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sábado, 18 de junho de 2011

Mangueirão foi pequeno para tanto amor e emoção



Não havia como escapar da sina. Com o predestinado sobrenome de Evangelista, a paraibana Priscila, 23 anos, exibia com orgulho a bandeira do Estado enquanto amigos filmavam quase tudo ao redor. A professora Priscila era mais uma voz entre milhares a festejar no Mangueirão o segundo dia da celebração do Centenário da igreja Assembleia de Deus.

“É uma sensação maravilhosa a que estou sentindo”, dizia. Priscila Evangelista chegou a Belém no domingo passado. Com ela mais 13 pessoas, que tomaram o voo da capital paraibana até a capital paraense. Tudo para não perder a semana de celebrações.

Evangelista e amigos não eram os únicos. Do interior do Estado ou de outras cidades brasileiras, eram muitos os sotaques misturados na arquibancada do Mangueirão.

Os irmãos Marta, 35, Nair, 30, Evandro, 35, Narciso e o também predestinado Divino, 20 anos, vieram de Belo Horizonte. Chegaram de ônibus na terça-feira.

Marta filmava tudo. Divino fotografava. De sobrenome Gonçalves, a família mineira se dizia encantada. “Não imaginávamos que iria ser tão intenso assim”, dizia Marta. Nos intervalos da programação, passeios turísticos. “Já andamos de barco, conhecemos a feira. Estamos gostando muito”, diz ela.

No Mangueirão havia motivos para o encantamento da família. Coreografias coloridas e bem ensaiadas levavam os fiéis ao delírio. As 19h já não havia mais quase lugar nas arquibancadas centrais.

No gramado, o que foi exaustivamente ensaiado nos últimos meses ganhava vida.

As palavras ‘Centenário’, ‘Jesus’ e o número ‘100’ foram formadas pelos jovens coreógrafos. Alternavam-se às apresentações musicais no palco. O simbolismo da chegada dos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg também foi representado.

O mapa do Brasil foi formado pela coreografia humana. Um barco entrava pelo Pará. Ovações entusiásticas se faziam ouvir a cada menção a um Estado onde a Assembleia de Deus havia se espalhado no Brasil.

Outro momento que levou o estádio ao delírio foi a execução do Hino Nacional Brasileiro. Uma imensa bandeira foi desenrolada ao lado da arquibancada comumente destinado à torcida do Clube do Remo.

Famílias inteiras juntas pela fé

“Ó gloria. Ó Glória”, repetia nesses momentos a maranhense Maria Bezerra da Silva, 56 anos. “É muito emocionante”, dizia. “É um privilégio estar aqui nesse momento tão importante”.

Vendedora autônoma, Maria mora no bairro da Marambaia. Ao lado dela, o irmão Isaías Bezerra, 61, aproveitou a vinda a Belém para tratar de um problema no coração e o colocou em teste durante a celebração. “É uma emoção forte. Mas dá para aguentar”, disse. Bezerra mora em Tucuruí.

Do mesmo município veio a caravana que trouxe a técnica de enfermagem Irislene Sousa, 29 anos. Foram dois ônibus lotados de fiéis. “Estão todos espalhados, hospedados na casa de parentes e amigos”. O grupo chegou na quinta-feira de manhã. “Estamos amando”, resumia ela.

Depois do show coreográfico, foi a vez da pregação dos pastores. Pelo menos 12 iriam se revezar rapidamente.

O mais esperado era o pastor Silas Malafaia, nome quase mítico atualmente na Assembleia de Deus.

“Minha família toda veio saudar a glória do Senhor”, afirmava Raimundo Cândido Nazareno, 52 anos, ao lado de mulher e três filhos. Moradores do bairro da Terra Firme, diziam que só iriam embora ao final de todo o evento.

Fiéis lotam Centro de Convenções

Do lado de fora do Centro de Convenções da Assembleia de Deus, ônibus chegam a todo momento, lotados de fiéis. Na entrada, a recepção é feita de diversas maneiras. O “exército de Jesus” está posicionado e anuncia acontecimentos catastróficos que ocorreram pelo mundo. Outros distribuem orações e fazem fotos na entrada do centro.

O publicitário Marcos Oliveira chega com a família. Direto do aeroporto, todos seguiram ainda com as malas para o Centro de Convenções. Vieram de Manaus especialmente para as comemorações. “Resolvi vir em cima da hora e vamos ficar até o domingo. Com certeza valeu a pena ter vindo”, disse.

Dentro do centro, as histórias de fé se unem para comemorar mais um dia na programação do centenário da igreja. Milhares de pessoas lotaram o centro na manhã de ontem para participar das pregações, orações e louvores.

Nas palavras do pastor Marcos Feliciano, vindo de São Paulo para participar das comemorações, a dona de casa Maria Andrade encontrou motivação para continuar falando de Deus.

“Me sinto tão feliz e abençoada, cada vez com mais vontade de pregar a palavra do Senhor para as pessoas. É uma emoção muito grande poder participar desse momento único”.

Para a jovem Luiza dos Santos, o momento dos louvores é um dos mais especiais das celebrações. “Gosto muito das músicas, as letras são muito bonitas e trazem mensagens de paz”, contou. (Diário do Pará)

IEAD - O Centenário

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