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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Viajantes missionários com fé no Espírito Santo


Foi em 1909, quando regressava de uma viagem de visita à Suécia, país natal, que Daniel Berg foi batizado com o Espírito Santo. Desde 1902 já morava nos Estados Unidos, país em que desembarcou com 18 anos em busca de trabalho. Foi em novembro de 1909 que Berg cruzou pela primeira vez com Gunnar Vingren. Era uma conferência realizada pela Primeira Igreja Batista Sueca em Chicago. Vingren acabara de ser batizado.

O encontro selou o destino dos dois jovens. Vingren ansiava ser missionário na Índia. Berg também tinha ímpetos missionários. A ideia só ganhou corpo definitivo um ano depois. A dupla estava na casa de um irmão chamado Olof Uldin, em Indiana, quando ouviram falar maravilhas sobre o Brasil. Os relatos de Vingren falam do recebimento do Espírito Santo, falando sobre uma terra chamada Pará. Uma pesquisa posterior mostrou onde ficava o estado brasileiro. O destino estava traçado.

De Chicago os dois partiram para a Amazônia. Traziam a Bíblia, um mapa e poucos recursos financeiros. Como não eram enviados por nenhuma junta missionária. Por conta disso, não tinham a segurança de qualquer sustento. Viajaram de terceira classe, num porão sem nenhuma ventilação. A divisão dos 25 camarotes improvisados era feita através de cortinas. Cada um tinha quatro beliches. Não havia cadeiras. A comida resumia-se a uma sopa disputada em filas quase intermináveis. A iluminação feita por uma única lamparina.

O navio Clement, que trazia os dois missionários, chegou a Belém no dia 19 de novembro de 1910. Era uma tarde quente de sábado. Vivendo o auge do período da borracha, a chegada do navio não despertou maiores atenções, afinal, o porto que havia sido inaugurado um ano antes, sempre estava repleto de embarcações estrangeiras. Tanto que o Clement não pôde atracar. Os passageiros acabaram sendo remanejados para pequenos botes e conduzidos a remo.

Sem saber exatamente o que os aguardava, subiram a rua 15 de Agosto, atual Presidente Vargas. Ali, na Praça da República, sentaram num banco, oraram e orientados por um casal que conheceram na viagem, pernoitaram num hotel simples na rua João Alfredo. No dia seguinte, no saguão do hotel, conheceram um jornal editado por um pastor que Vingren conhecera nos Estados Unidos. Justus Nelson recebeu os dois missionários e os encaminhou a Primeira Igreja Batista do Pará. Lá, conheceram Raimundo Nobre, que dirigia a igreja.

Passaram a dormir no porão da igreja, desembolsando metade do que pagariam num hotel. A dupla começou a participar dos cultos. Berg tocava violão e fazia dueto com Vingren. Não demoraria e Berg passaria a trabalhar como fundidor na antiga Companhia Porto of Pará, atual Companhia das Docas do Pará. A maior parte do salário era usada para comprar bíblias para evangelizar. Visitou cada bairro, cada casa de Belém. Passou depois a evangelizar nas ilhas e na estrada de ferro Belém-Bragança. Morreu na Suécia em 1963, aos 79 anos.

Já Vingren não se conformou em apenas evangelizar no Pará. Em pelo menos mais oito estados pregou a palavra da nova doutrina. Embrenhou-se na Amazônia, sofreu perseguições e morreu em 1933, na Suécia. Fonte Diário do Pará

IEAD - O Centenario

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