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sábado, 11 de junho de 2011

Maior casamento comunitário realizado no Pará





Com um buquê de rosas vermelhas nas mãos e um vestido branco com pequenos motivos dourados, Ana Cristina Nunes, 30 anos, esperava. “Ele foi estacionar o carro e ainda não voltou”, sorria nervosa ao se referir ao noivo, Heitor Carlos, 28 anos. Ana e Heitor eram um dos 1.018 casais que celebraram a união oficial dentro da programação do centenário da Assembleia de Deus, ontem à noite, no templo central da igreja, em Belém.
Anunciado como o maior casamento comunitário já realizado no Pará, o evento que uniu mais de mil casais, muitos já vivendo maritalmente há anos, é uma ideia que vem sendo alimentada desde o aniversário de 99 anos da Assembleia de Deus. “Foi numa reunião da missão de eventos”, lembra o pastor Oséas Soares. “O alvo era chegarmos a mil casais”.
Há sete meses uma equipe de mais de 50 pessoas passou a trabalhar para transformar a meta em realidade. “Trabalhamos junto ao cartório cumprindo todas as exigências legais só para chegar até aqui”, diz o pastor.
O evento em si contou com o apoio do Governo do Estado, que bancou parte das despesas. Aberto não só a casais evangélicos, o casamento teve emoção de sobra nas histórias que cada noivo trazia.
“É a realização de um sonho”, resumia Gleiciane Dias, 25 anos, depois de ter chegado com uma hora de atraso do bairro da Cabanagem. “É uma emoção muito grande estar realizando esse momento justo no centenário da Assembleia”, confirmava Igor Barata, 22 anos. Vestido igual ao pai, o menino Guilherme, dois anos, parecia não entender bem o que ocorria. Há três anos Igor e Gleiciane moram juntos. Puderam enfim oficializar a ligação.
Do lado de dentro, cerca de 500 membros do cerimonial orientavam os noivos e convidados. “Tem de vir pelo tapete vermelho”, dizia uma cerimonialista a um casal. Num auditório, noivas recebiam retoques mais caprichados na maquiagem e se não tinham buquês, recebiam na hora. Para os esquecidos, havia também alianças.
Casais de todas as idades, noivas inclusive grávidas e convidados tão ansiosos como os que iriam se casar, espalhavam-se pelas galerias. Em silêncio, observando a tudo, Benedito Maria de Barros, 66 anos, e Maria de Nazaré Aguiar Silva, 56 anos, aguardavam. Iriam também oficializar uma união de nove anos, desde que a icoaraciense Nazaré conhecera num passeio a Salinas, o aposentado solitário Benedito.
Passou a cuidar dele. Passou a viver com ele. Benedito fala pouco. Maria responde pelos dois. É a primeira e única namorada de Benedito, funcionário aposentado da Prefeitura de Salinópolis. Professora aposentada, Maria comemorava, além do casamento, o próprio aniversário.
No meio de mil casais, um parecia mais nervoso que os demais. O agente de saúde Marcos Dias, 29 anos, sorria orgulhoso ao lado da autônoma Lienne Costa, 24. Os dois eram o casal que iria representar todos os outros na cerimônia celebrada pelo pastor Nelson Cardoso. “É um privilégio que Deus nos concedeu”, dizia ele. Juntos há nove anos, estavam realizando também o sonho da filha de oito anos, que os queria casados nos conformes.
“É um casamento religioso com efeito de casamento civil”, explicava o pastor Oséas Soares. Às 19h, uma hora a mais do que o previsto, a orquestra da Assembleia de Deus e o Coral de Quatro Vozes começaram a executar a marcha nupcial. Marcos e Lienne percorreram felizes os cerca de 300 metros que os separava do altar. Perto dali, Benedito e Maria deram-se as mãos, com a Bíblia à frente. Em pouco tempo estariam oficialmente casados.
Fonte: Diário do Pará
IEAD - O Centenário

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