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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pastor Samuel Câmara fala sobre os bastidores


Ele está à frente de um momento histórico para a Assembleia de Deus: o pastor Samuel Câmara, 54 anos, avalia que, passada a festividade do Centenário da Assembleia de Deus, é hora de arregaçar as mangas para novos desafios, como o de unir as diversas tendências que hoje dividem a igreja. O desafio é do tamanho do crescimento da sua igreja: desde que assumiu a presidência da Assembleia de Deus, em 1997, viu a comunidade saltar a mais de 370 templos.

Graduado em Teologia pelo Instituto Bíblico das Assembleias de Deus em Pindamonhangaba (SP); licenciado em Filosofia e Pedagogia; bacharel em Direito e autor dos livros “Administração Eclesiástica” (esgotado) e “Bíblia e Jornal”, ele cedeu a seguinte entrevista ao DIÁRIO:

P: Como o senhor avalia a celebração do Centenário? R: Passamos o ano nos preparando para festejar marcando a nossa cidade. Ficamos entusiasmados com o número de pessoas, com as caravanas que se prepararam para vir. É muito grande a repercussão no Brasil e no mundo. Posso dizer que somos abençoados. Teremos no mínimo uma caravana de cada Estado.

P: A previsão é de quantas pessoas? R: Nos três dias esperamos umas 450 mil pessoas. Veja bem, sem repercussão de Centenário já lotamos o Mangueirão... nós temos 110 mil fiéis só em Belém. No Estado todo são 750 mil.

P: O senhor escreveu um artigo dizendo que não iriam roubar de Belém o Centenário... R: Nós somos a igreja-mãe. E vamos celebrar isso. Nós já fomos espoliados no Sul e Sudeste do Brasil. Estávamos excluídos das celebrações porque diziam que Belém não tinha estrutura para isso. Mas estamos honrando o nosso Centenário. O Centro de Convenções foi construído em um ano. Construímos o Museu Nacional, único nesse gênero. Vamos receber gente do Brasil e do mundo e mostrar que Deus não errou quando escolheu Belém para iniciar essa obra.

P: Finda a comemoração do Centenário, quais são as metas e desafios que se impõem? R: Internamente é a de provocar o entendimento maior entre os diversos segmentos e tendências da igreja. A Assembleia de Deus é um movimento com vários matizes. Precisamos fazer com que esses segmentos se entendam. Externamente é manter a dedicação missionária a todos os brasileiros, buscar a felicidade deles e da opção de viver abençoados à ideia de Deus, uma felicidade física e espiritual. Vamos manter uma posição agressiva de trabalho missionário. A Assembleia de Deus não é uma igreja metropolitana. Ela não está só onde está o resultado econômico. É importante dizer isso, porque ela é maior do que os indivíduos. Eu sirvo agora, mas outros serviram antes de mim e outros servirão depois. Não temos centralização de qualquer forma, seja política ou econômica. A autonomia da igreja está acima de qualquer órgão.

P: O perfil da igreja vem mudando... R: Sim. Entre as metas também está a de que vamos utilizar a ciência e a tecnologia. Temos o dever de usar esses meios. Durante muito tempo fomos avessos e contrários a isso. Já pregamos que o rádio era do Diabo, que a TV era uma caixa do Diabo, mas já nasceu um movimento representado por uma geração mais nova de que não é a ferramenta o mal e sim o conteúdo. Nós não queremos dominar o Brasil, mas queremos dar alternativas de fé cristã, seja na internet, no rádio, na TV. Se descobrirem uma civilização em Marte, vamos comprar um Sputinik para levar Deus até lá. Quanto à ciência, os evangélicos sempre foram os mais avançados em relação a isso. Os países onde a fé protestante se disseminou são os mais avançados na pesquisa científica. Acreditamos que a ciência está a caminho de uma perfeição e com isso chegará a Deus. Antes riam quando falávamos que Deus criou Eva a partir da costela de Adão. Hoje se chama a isso de clonagem.

P: Diante disso, dessa mudança de perfil, como fica a participação política? R: Hoje temos, só no Norte do Brasil, 52% de evangélicos, de todas as tendências. É uma comunidade tão grande, que responde, no mínimo por 10% da população brasileira, que não pode ficar alheia e omissa nas instâncias de poder. Achamos que é justo e legal que participemos na proporção daquilo que somos, para contribuir com ideias, com trabalho. Nós adicionamos na nossa vida um exercício de fé sistemático e comprometido. Não se discute mais se vamos ou não participar e sim de que forma.

Fonte Diário do Pará

IEAD - O Centenário

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